quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

Justiça nega pedido de ajuda financeira para empresas do transporte coletivo de Rio Branco

 Sindcol entrou com ação para pedir subsídio proposto pela antiga gestão de Rio Branco a empresas devido aos prejuízos causados pela pandemia. 2ª Vara Cível avaliou e negou o pedido liminarmente.


Sindicol entrou com pedido de aporte financeiro proposto pela antiga gestão de Rio Branco e rejeitado pela Câmara de Vereadores — Foto: Assis Lima/Asscom/Arquivo


A Justiça do Acre indeferiu, liminarmente, o pedido de liberação do subsídio financeiro para as empresas do transporte coletivo de Rio Branco. Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo do Acre (Sindcol) entrou com a ação para receber a aporte financeiro de R$ 2,5 milhões proposto pela antiga gestão da prefeitura.

Em dezembro do ano passado, a prefeitura apresentou um projeto na Câmara de Vereadores onde previa o repasse de R$ 2,5 milhões para as empresas de ônibus como suporte devido aos prejuízos causados pela pandemia da Covid-19. A proposta foi rejeitada por duas vezes pelos vereadores e, na época, os motoristas de ônibus chegaram a fazer cinco dias de protesto e paralisação por conta de salários atrasados.

Já no final da gestão, Socorro Neri falou que a problematização do transporte coletivo ia ficar a cargo da próxima gestão. A ex-prefeita disse que fez tudo que estava ao seu alcance para tentar ajudar os motoristas de ônibus, mas o projeto não foi aceito pelos vereadores.

Com salários atrasados, os motoristas de ônibus paralisaram as atividades durante cinco dias em dezembro de 2020. Em um dos atos, os manifestantes interditaram a Ponte Metálica, no Centro de Rio Branco, e parte da Rua Epaminondas Jacomé.



greve foi suspensa no dia 19 de dezembro após os empresários prometerem começar a fazer o pagamento dos salários atrasados.

No último dia 21, a crise no transporte público foi tema de uma reunião entre o prefeito Tião Bocalom e a Superintendência de Transportes e Trânsito de Rio Branco (RBTrans). Na oportunidade, Bocalom reafirmou que não vai repassar nenhum valor extra para as empresas de ônibus e que elas devem arcar com seus prejuízos.


 tentou contato com o presidente do Sindcol, Aluízio Abade, que também administra as empresas São Judas e Via Verde, mas não conseguiu retorno até a última atualização desta matéria. A reportagem também não conseguiu falar com a advogada citada no processo.

O pedido do Sindcol foi avaliado e negado pela 2ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC). A desembargadora Regina Ferrari destacou que 'descabe, pois, que o Poder Judiciário venha a substituir o Poder Legislativo em sua missão de avaliar a conveniência política de tal subsídio. Aliás, o art. 23, I da Lei Orgânica do Município de Rio Branco é claro ao estabelecer que caberá à Câmara Municipal deliberar sobre a aplicação dos recursos municipais'.


Porém, no processo, o Sindcol alegou que o sistema de transporte público da capital acreana tem um déficit tarifário de mais de R$ 19 milhões, de débito acumulados entre 2017 e 2019. Essa dívida teria aumentado com a redução de passageiros durante a pandemia.

MP exigiu explicações

Ainda em dezembro, a promotora de Justiça do Direito do Consumidor do Ministério Público do Acre (MP-AC), Alessandra Garcia Marques, expediu ofícios à prefeitura e RBTrans exigindo explicações sobre as ações tomadas para regularizar a situação.

Ainda segundo a promotora, investigações e levantamentos feitos pelas equipes da promotoria encontraram diversas irregularidades nos contratos entre as empresas e também no aumento da tarifa. Alessandra criticou o município por não realizar licitação e contratar empresas que ofereçam melhorias e mudanças no transporte coletivo.




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