A alemã Flixbus inicia operações após mais de dois anos adaptando seu modelo de negócio às regulamentações do País.
Lopes refuta, no entanto, ver na Flixbus oscilações bruscas de preços ao menor sinal de desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado. “Nosso interesse é ser competitivo. Estaremos limitados pela concorrência e por uma faixa viável para o consumidor”, afirmou. Com presença em 37 países, o modelo de negócio precisou ser redesenhado para se adequar às limitações regulatórias federais, já que a empresa não possui licenças próprias e, por aqui, dependerá das alianças com operadoras nacionais.
Neste formato, o parceiro brasileiro será responsável pela manutenção e gestão da frota, enquanto a alemã entrará com a tecnologia para planejamento e gerenciamento das vendas. Na adaptação ao padrão internacional, ambas devem dividir os custos de pintura dos carros, Wi-Fi a bordo, pedágio, bilheterias e outras taxas. Para desenvolver essa estrutura, a companhia fará um investimento de US$ 100 milhões em cinco anos no País.
Na prática, a Flixbus encontrou uma saída para o “efeito Buser”, que conflita com o modelo licitatório no setor de transporte rodoviário interestadual. Uma vez adequada à realidade do Brasil, a empresa alemã deve acompanhar a discussão sobre a abertura de mercado sem grandes ameaças ao seu negócio por aqui. Ainda assim, torce pela aprovação do novo marco regulatório, em análise na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que deve flexibilizar a operação no setor. “Mas receamos que o legislativo limite o escopo regulatório da ANTT, danificando o processo”, afirmou o executivo.
Até que essas questões se resolvam, a startup focará em crescer no território nacional pelo modelo já estabelecido. Por meio de novos parceiros, deve passar a operar em 20 cidades no começo de 2022 e pode dobrar essa rede ainda no segundo trimestre. Avança, assim, com a sua ambição de, num horizonte não tão distante, abocanhar o mercado nacional.
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