quarta-feira, 1 de março de 2023

Paes promete BRT Transbrasil a partir de maio, mas pede mais tempo para reformar o Transoeste: ‘Precário, um horror

 



Em entrevista ao Bom Dia Rio desta quarta-feira (1º), prefeito também falou da entrega de 110 novos ônibus para o BRT. Município já gastou R$ 1,2 bilhão na compra de coletivos.


Em entrevista ao Bom Dia Rio desta quarta-feira (1º), o prefeito do Rio de JaneiroEduardo Paes (PSD), prometeu que a partir de maio parte do BRT Transbrasil já estará funcionando e estimou para o fim do ano a conclusão da reforma do corredor Transcarioca. Paes, no entanto, pediu mais tempo para resolver o Transoeste — a que chamou de “horror”.

Nesta quarta, aniversário de 458 anos da cidade, a prefeitura entregou 110 novos ônibus para o BRT. Os coletivos amarelos, em substituição aos azuis, vão para a Transcarioca. Com a chegada dessa nova frota, 120 do modelo antigo que rodavam lá migrarão para o Transoeste.

O BRT é um sistema de corredores exclusivos para ônibus duplos articulados com estações semelhantes às do metrô, em que o usuário paga a passagem antes de embarcar. No Rio, são três eixos em operação: Transoeste (Barra-Campo Grande-Santa Cruz); Transolímpica (Barra-Deodoro) e Transcarioca (Barra-Galeão). O quarto, o Transbrasil, ligará Deodoro à Rodoviária Novo Rio.




Os novos ônibus

“Esse ônibus bonito aí que a gente está vendo foi comprado com dinheiro público. Dinheiro do imposto que as pessoas pagam: R$ 1,2 bilhão só de compra de ônibus.”


Deterioração do BRT

“É muito difícil construir, muito fácil destruir e mais difícil ainda é reconstruir. A gente deixou, em 2016, 400 ônibus no BRT, atendendo a 3 corredores. Chegamos [em 2021] tinha 120 completamente destruídos, que são esses azuis que a gente está vendo aí.

A Transcarioca já transportou 250 mil pessoas por dia. Hoje, transporta 100 mil pessoas por dia.

Na Transolímpica nós já aumentamos em 60% o volume de pessoas carregadas com conforto.”


O custo do vandalismo

“Quebra uma porta, são R$ 20 mil. Rasga um banco, são R$ 5 mil. A gente pede mais cuidado das pessoas. Esse ônibus é de todos nós, pagadores de impostos. Não é dinheiro do prefeito, não sai do meu bolso. Sai do bolso da prefeitura.

Eu tenho feito uma coisa que às vezes as pessoas condenam, que é expor a cara desses delinquentes que danificam a cidade. Até brincam: ‘Vamos deixar esses caras famosos?’ Mas a gente precisa de conscientização cidadãnão tem como colocar um fiscal para cada pessoa da cidade que esteja querendo cometer delito, então isso vale para os ônibus, vale para praça, vale para o espaço público.

É difícil. Temos 4 mil ônibus pela cidade.”

Prazo para a Transbrasil

“Eu gosto sempre de lembrar: nunca teve nada a ver com Olimpíada, que as pessoas cobram, ‘porque não ficou pronto em 2016’. Nunca foi um legado olímpico.

Começou em 2015, era uma obra de três ou quatro anos. No pior cenário, teria que terminar em 2019. De fato, está quatro anos atrasada.

Eu não quero aqui ficar olhando para trás, mas tem uma coincidência de tempo aí com quem me antecedeu.

Nós já retomamos a obra. Agora em maio, a gente começa a fazer uma abertura, um ‘soft opening’. A gente vai começando a abrir algumas estações ainda fora do horário de pico.


Tem uma coisa fundamental na Transbrasil, que é a integração com o Terminal Gentileza, ali em frente à Rodoviária Novo Rio. Ela vai entrar direto do BRT para o VLT para poder circular pelo Centro do Rio.

Eu acredito que é mais para o final deste ano, para estar completamente operando.”

Prazo para a Transoeste

“Eu assumo as responsabilidades aqui: a Transoeste teve problemas, sim, de abandono nos últimos anos, somados a problemas na obra que meu governo anterior fez. Foi o primeiro BRT, naquele piso de asfalto, com uma série de problemas estruturais.

Nós só queremos colocar ônibus novos lá, e a previsão é para o final deste ano, início do ano que vem, quando todo o piso da pista exclusiva estiver em concreto e com todas as estações recuperadas: Mato Alto, Pingo D’Água, Curral Falso, Santa Cruz — que realmente foram subdimensionados.

Já estamos abrindo os trechos, mas não vale a pena você pegar um ônibus novo e colocar numa pista toda danificada. Ele vai arrebentar.

Então a gente vai esperar, o pessoal da Zona Oeste ainda sofre um tempo. É a nossa prioridade, é quem mais sofre, mas a gente vai ter uma melhora agora. Nós vamos passar de 70 ônibus articulados na Transoeste para 120 nesse momento.

São aqueles azuis velhos, com os problemas todos que vocês mostram diariamente, é um horror. O Transoeste ainda fica um tempo precário. É duro para quem tem que andar todo dia nesse horror.

O BRT da Transoeste vou pedir mais tempo, mas podem ter certeza de que vai melhorar.”

Nova concessão

“Tem sido uma gincana diária, por exemplo, comprar rebimboca da parafuseta, lanterna, pneu. Pelas regras, você tem de fazer licitação pública.

Então, a nossa ideia é arrumar o sistema e fazer uma concessão em novas bases.

Na concessão anterior, a obrigação toda era do concessionário. Agora a gente só vai deixar a operação com o concessionário. Vamos ter subsídio com o pagamento do quilômetro rodado.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário

80 toneladas e 50 funcionários: entenda o transporte do 1º trem da Linha 17 do Metrô

  Primeira composição do trecho chegará da China a São Paulo com operação especial; veja as etapas Uma operação de grandes proporções foi mo...