sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Lucro da Marcopolo cai 2% no 4º tri, para R$ 68,5 milhões



No ano, o lucro líquido da fabricante de ônibus foi de R$ 201,4 milhões, um avanço de 8% em relação a 2018.



                                    Foto: Divulgação/Marcopolo



O lucro líquido da fabricante de ônibus Marcopolo caiu 2% no quatro trimestre em comparação ao mesmo período de 2018, para R$ 68,5 milhões. O valor foi calculado com base nos números das demonstrações financeiras padronizadas entregues à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A empresa não divulgou dados trimestrais.


No ano, o lucro líquido da companhia foi de R$ 201,4 milhões, um avanço de 8% em relação a 2018.
A queda da produção é explicada pelas exportações mais fracas e por um volume mais forte de urbanos no mercado interno em detrimento de rodoviários e micros, segmentos onde a companhia possui maior participação de mercado.
De acordo com a companhia, a produção brasileira de ônibus avançou 9,5% no ano passado, para 25.469 unidades. A demanda do mercado interno cresceu 20,8% em relação a 2018, compensando a queda de 14,6% nas exportações. A produção brasileira da Marcopolo, no entanto, recuou 4,2% em 2019.
“O ano de 2019 foi marcado pela inconstância da demanda”, diz a companhia nos comentários que acompanham o balanço.
Com base nos números das demonstrações financeiras padronizadas entregues à CVM, a receita do quarto trimestre da empresa recuou 4%, para R$ 1,19 bilhão. Houve crescimento de 2,8%, porém, no consolidado do ano, para R$ 4,31 bilhões.
O resultado da companhia em 2019 foi afetado pela ausência de novas licitações do programa federal Caminho da Escola, em especial no segmentos de micros e volares.

Coronavírus

A Marcopolo informou que sua unidade na China ainda avalia o impacto do coronavírus no desempenho de 2020. A empresa, porém, diz que as perspectivas para as operações internacionais são positivas. “A controlada Marcopolo México vem conquistando maior participação de mercado e com um bom mix de produtos deve ampliar ainda mais os resultados positivos que apresentou em 2019”, diz a empresa.

A companhia também destacou que são estimados resultados melhores nas controladas Volgren, que conseguiu reverter em 2019 os resultados negativos de 2018, e na sul-africana Masa, que pretende recuperar o nível histórico de resultados em 2020.
“Nas coligadas, o destaque deverá novamente ser a operação colombiana Superpolo”, diz a empresa, que também espera que 2020 seja positivo para a NFI Group, empresa canadense na qual possui 10,5% de participação, devido a boas perspectivas para economia americana .
Em 2019, as unidades vendidas em operações no exterior cresceu 18,3%, com avanço de 38% no México, e recuaram 30% na China. A produção da companhia avançou 12,4% nas operações no exterior, impulsionada pela atuação no México, onde cresceu 36%. Na África do Sul, na Austrália e na China a produção recuou. Vale lembrar que os resultados da Metalsur, na Argentina, só passaram a ser consolidados no terceiro trimestre de 2019. No consolidado das operações da Marcopolo, incluindo Brasil e exterior, a produção recuou 2,2%.
A companhia encerrou 2019 com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 338 milhões, um recuo de 6,65% em relação a 2018, quando registrou R$ 362,1 milhões, e margem 0,8 ponto percentual menor, de 7,8%.

Caixa sobe 27% em 2019

A Marcopolo terminou 2019 com R$ 1,23 bilhão em caixa, um aumento de 27% em relação a 2018.
A empresa explicou que as atividades operacionais geraram recursos de R$ 626,5 milhões. Enquanto as atividades de investimento, deduzidos os dividendos recebidos de empresas coligadas, consumiram R$ 138,5 milhões e as atividades de financiamento, R$ 278,1 milhões. Houve ainda a entrada de R$ 48,4 milhões relativo à diferença entre a variação cambial e a variação das contas relativas às aplicações financeiras não disponíveis.
A Marcopolo também mudou seu perfil de dívida e reduziu seu passivo financeiro líquido em 40%, para R$ 576,9 milhões. Houve queda de 25% do passivo em curto prazo e aumento de 7% no longo prazo.

Pagamento a acionistas

A Marcopolo informou que retomará o pagamento trimestral de dividendos ou juros sobre o capital próprio no primeiro trimestre de 2020.
“Os níveis atuais de alavancagem e resultados permitem a volta da prática que havia sido suspensa em 2015, no contexto da crise econômica brasileira”, explica a companhia.
Na semana passada, a Marcopolo já havia informado que o conselho aprovou o pagamento de R$ 45 milhões em dividendos a partir do dia 3 de março. Com a decisão, o valor total de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) pagos pela companhia, relacionados ao exercício de 2019, totaliza R$ 101,6 milhões.
Ao fim de 2019, a Marcopolo possuía 38.791 acionistas, segundo o relatório da administração.


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