quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Seguradoras oferecem cobertura para bicicletas, patinetes, mochilas e tênis


Seguradoras oferecem cobertura para bicicletas, patinetes, mochilas e tênis



Seguradoras passam a oferecer produtos específicos para ciclistas e incluíram na cobertura riscos que fazem parte da rotina de quem está nas ruas - Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press


  • O aumento do uso desses veículos tem estimulado a criação de produtos para quem pedala nas ruas e corre o risco de sofrer acidentes ou de ter itens como mochila e notebook furtados

 O tempo perdido no trânsito, especialmente nos grandes centros, tem estimulado as pessoas a buscar alternativas que permitam encurtar as viagens. A bicicleta vem ganhando espaço nessa mudança de hábito, assim como os patinetes. Dados da Abraciclo, associação que representa a indústria das duas rodas, mostram que a produção de bikes no primeiro semestre, na comparação com 2018, aumentou17,8%, passando de 332.018 para 391.188 unidades. Para 2019, a previsão da entidade é de que a produção chegue a 857 mil unidades, o que, se confirmado, representará crescimento de 10,8% na comparação com o acumulado no ano passado.

Negócios atrelados à indústria das bicicletas têm aproveitado a boa fase para pegar carona, melhorar seus números e descolar da economia fraca do país. As vendas em alta das bikes têm estimulado a abertura de lojas de venda de veículos e acessórios, além de oficinas de manutenção. Mas não é só. O setor de seguros também começou a analisar mais de perto o mercado da micromobilidade.

Até começar a onda de bicicletas, estimulada pela chegada dos aplicativos de compartilhamento como Yellow, as seguradoras ofereciam apenas a cobertura para os veículos dentro do seguro residencial. Ou seja, se acontecesse um acidente ou furto na rua, o risco era apenas do proprietário.

Agora, pelo menos duas seguradoras decidiram ir além e começaram a vender produtos específicos para ciclistas, tanto os que usam bicicletas tradicionais ou elétricas, e incluíram na cobertura riscos que fazem parte da rotina de quem está nas ruas.

Dificuldade com a matriz

Vice-presidente da Generali no Brasil e líder dos canais de massa do Sul da Europa Oriental e Américas, Claudia Papa Scarpa conta que, quando começou a conversar com a matriz da companhia, na Itália, os executivos acharam estranho o tipo de cobertura que se pretendia oferecer por aqui. Foi preciso explicar algumas das particularidades do mercado brasileiro para que entendessem a razão de incluir no contrato, além da bicicleta, itens como tênis e mochila do segurado.

“Tivemos de explicar para a matriz o motivo de incluir o roubo e o furto qualificados e o transporte de mercadorias. No Brasil, temos os mais diferentes perfis, desde o executivo que carrega o notebook na mochila enquanto pedala para o trabalho até os estudantes que vão para a escola de bicicleta, além do número cada vez maior de entregadores que trabalham para os aplicativos de entrega de alimentação”, explica Claudia.

Para atender o mercado local, a Generali passou a oferecer há cerca de um mês um seguro que prevê na cobertura situações como o roubo do tênis ou outro tipo de calçado do ciclista, da bolsa ou mochila e de itens que podem estar sendo transportados, como o smartphone ou tablet, óculos de grau ou de sol, relógio, chaves do veículo ou de casa. Muitos ciclistas, lembra a executiva da Generali, têm medo de circular pelas cidades porque sabem do risco ao qual se expõem ao pedalar com uma mochila nas costas, mesmo que não carreguem um notebook ou outro dispositivo tecnológico.

“Ao oferecer esse produto, pensamos tanto no entregador que usa a bicicleta como ferramenta de trabalho quanto na família que passeia, no executivo que usa para o deslocamento em curtas distâncias e o jovem que utiliza esse meio para ir à escola”, explica Claudia. “A forma de contratar seguro vai mudar. As cidades estão cada vez mais impraticáveis por causa do trânsito, da poluição, da escassez e do preço do estacionamento”.

Em expansão

A matriz italiana já tinha lançado um produto semelhante, mas Claudia conta que havia a necessidade de adaptá-lo à realidade brasileira. “Era um sonho fazer esse tipo de proteção.

O mercado, de acordo com a Abraciclo, voltou a crescer fortemente, depois de uma leve queda em 2016 e 2017. No ano passado, houve um crescimento de 16% e a projeção para 2019 é de 10%, com 850 mil unidades fabricadas no país, fora as importações”, diz a executiva.

Além do aumento na produção de bicicletas, a malha cicloviária, em especial nos grandes centros, também tem recebido investimentos do poder público, tornando a modalidade de transporte mais atraente. Junta-se a isso o aumento da infraestrutura e a mudança de hábito da população mais jovem, que tem cada vez mais optado pelos serviços de transporte compartilhado, que usam carros, bicicletas e patinetes. O seguro da Generali voltado à micromobilidade prevê uma cobertura de até R$ 3 mil e o custo mensal é de R$ 14,50. Além de bicicleta, convencional ou elétrica, ele garante a proteção de quem usa patinete elétrico.

Problemas no percurso

Apesar dessas mudanças, Claudia lembra que ainda há muitos problemas apontados pelos ciclistas, como mostra pesquisa recente divulgada pelo Labmob, ligado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Segundo o levantamento, 49% dos entrevistados reclamam da falta de segurança pública e 38% apontam o problema da ausência de infraestrutura para quem busca alternativas aos carros e ao transporte público para se deslocar.

O seguro para ciclistas já está à venda na seguradora, mas nas próximas semanas Claudia espera ter concluído a negociação com redes de varejo e um banco digital para oferecer o produto nesses pontos de venda e assim aumentar o alcance, permitindo que ele seja massificado e custe menos.

Foi com essa estratégia que a companhia conseguiu oferecer uma opção mais econômica para os donos de motos. Esse, tradicionalmente, sempre foi um seguro caro por causa do alto risco de furto ou acidente. A Generali fez um acordo com a Car System e oferece a opção de um seguro a partir de R$ 10 por mês para quem instalar o rastreador da empresa.



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