segunda-feira, 9 de março de 2020

Análise preliminar aponta defeito de fabricação no sistema de pneus de trem da Linha 15-Prata do monotrilho



Se laudo confirmar que não há falhas estruturais, apenas problemas nos pneus, monotrilho pode voltar a funcionar nos próximos dias, segundo investigação preliminar. Linha 15-Prata está paralisada há 10 dias.





Investigação preliminar de técnicos do Metrô e da fabricante Bombardier aponta que não há falhas estruturais na Linha 15-Prata do monotrilho, mas defeitos de fabricação no sistema de pneus e rodas do trem que teve problemas na semana passada e levou à paralisação de toda a linha. Os laudos ainda não estão prontos mas, caso eles confirmem que o problema está apenas nos pneus, a operação da linha pode ser retomada nos próximos dias.


No sábado (7), foram feitos testes na linha, incluindo a instalação de sensores nas rodas para monitorar a circulação e tentar identificar a origem do problema. A expectativa é que os resultados finais saiam nesta segunda-feira (9).

A Linha 15-Prata do Monotrilho, na Zona Leste de São Paulo, continua paralisada na manhã desta segunda após uma falha no sistema de pneus na semana passada. É o décimo dia seguido que a linha está sem funcionar.

A Linha 15- Prata vai da estação Vila Prudente à São Mateus, na Zona Leste de São Paulo. Na sexta (6), o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) determinou a fiscalização da Linha 15-Prata do Metrô, que completa uma semana paralisada.

Ainda não há prazo para a normalização do sistema. O Metrô diz que irá responsabilizar consórcio pelos problemas causados. O consórcio afirma que os técnicos canadenses responsáveis pelo equipamento chegaram ao Brasil.


Paralisação da linha

No dia 27 de fevereiro, o pneu de um dos trens estourou. Os pneus do monotrilho funcionam com o sistema “run flat” com um reforço de borracha.

A empresa canadense Bombardier, fabricante dos trens, foi acionada e recomendou a paralisação de toda a linha, por segurança, o que aconteceu a partir do dia 29. Todos os veículos devem passar por uma inspeção de técnicos vindos do Canadá.

"É um problema muito grave porque um pneu que estoura pode inclusive não só causar problemas para os usuários que estão no trem, como para quem está fora, pois a Linha-15 não tem proteção nenhuma embaixo. Se acontecer alguma coisa em cima vai cair na cabeça ou em um veículo lá embaixo", disse Wagner Fasado, coordenador do sindicato dos Metroviários.

Em nota, o Metrô disse que está acompanhando os trabalhos dos fabricantes e cobrando urgência na solução. Desde o dia 3 de março a Companhia reforçou a operação Paese de 50 para 60 ônibus.

A canadense Bombardier disse que trabalha 24 horas por dia para resolver o problema e pediu desculpas pelo inconveniente.

No entanto, a Bombardier e o consórcio CMEL ainda não identificaram o problema que fez o pneu se romper.

O Metrô informou, em nota, que a peça que provocou problema é parte do run flat do pneu que rompeu. Parte do pneu caiu dos trilhos na Avenida Professor Luiz Inácio de Anhaia Mello.

“Apesar de o sistema Monotrilho ter sido projetado e concebido com uma tela que recobre toda via, para evitar ocorrências deste tipo, houve este caso pontual. Estamos cobrando que a Bombardier, que faz parte do Consórcio CMEL - responsável pela da Linha 15, identifique os problemas que são de sua responsabilidade”, disse.

“Os prejuízos decorrentes dessa paralisação também serão cobrados, tão logo seja identificada a natureza do problema”, argumentou.


Falhas Recorrentes

A Linha 15-Prata existe há seis anos e é uma das mais novas do Metrô. Ela possui uma tecnologia que foi anunciada pelo Governo do Estado como a mais rápida e barata do que um trem tradicional. Acabou não sendo nem uma coisa, nem outra, e tem apresentado mais problemas.

Em janeiro deste ano, a Linha-15 Prata foi recordista de falhas no sistema de trilhos da cidade. Levantamento feito pela TV Globo com base nas informações do Metrô apontou que a linha teve operação normal em 76,4% do tempo, ou seja, a cada quatro horas de funcionamento, uma foi atípica.

Logo no início do ano, a Linha 15-Prata enfrentou falhas que duraram mais de quatro dias. Por conta de problema na altura da estação São Lucas, na Zona Leste, os trens circulavam com lentidão e maior tempo de parada. O sindicato denunciou que o problema estava em peças de aço, que unem as vigas por onde passam as composições. Parafusos gigantes estavam se soltando e caindo.

No fim do mesmo mês, no dia 29 de janeiro, os trens voltaram a desacelerar porque uma peça que alimenta as composições caiu na Avenida Anhaia Mello.

Em 2019, foram 27 dias com funcionamento em operação parcial. O caso mais grave foi de uma colisão entre dois trens em uma área de manobra. O acidente ocorreu nos trilhos que passam sobre a Avenida Sapopemba. Não houve feridos.

Um levantamento do SP2 mostra que de janeiro de 2019 até esta segunda-feira, a Linha 15-Prata passou 42 dias em funcionamento parcial.

Além disso, quando funciona, a Linha 15-Prata é a campeã de espera do Metrô. O intervalo mínimo entre os trens em janeiro foi de quase quatro minutos.

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