sexta-feira, 6 de março de 2020

Governo de SP diz que vai processar consórcio responsável por Linha 15-Prata do monotrilho após falha provocar paralisação



Linha está paralisada desde o dia desde o dia 27 de fevereiro. Governo estima que prejuízo diário seja de R$ 1 milhão.






O governo de São Paulo decidiu processar o consórcio responsável pela Linha 15-Prata do monotrilho e pedir ressarcimento pelos danos causados. A linha está paralisada desde o dia 27 de fevereiro por uma falha no sistema de pneus.

Alexandre Baldy, secretário de Transportes Metropolitanos do estado, afirmou que o Metrô está acompanhando as investigações.
"O governo do estado tem estudado todas as possibilidades das punições que ocorrerão. Diariamente, nós temos um prejuízo na ordem de R$ 1 milhão, que será sim cobrado do consórcio e da Bombardier [fabricante dos trens], assim que for declarada a responsabilidade deste problema e eles vão ser acionados sim na Justiça para que possam ressarcir todos os prejuízos."
Cerca de 50 técnicos trabalham para identificar o que provocou o rompimento do pneu do trem.

De acordo com Baldy, o governo também deve fazer um pedido à Controladoria Geral da União para que o consórcio seja considerado inidôneo e, com isso, seja impedido de fechar novos contratos públicos.

Os testes com sensores instalados nos pneus do monotrilho começaram nesta sexta-feira (6). Será feita uma avaliação com os trens em movimento para identificar o que causou o problema.

Empresa recomenda paralisação

A empresa canadense Bombardier, fabricante dos trens, foi acionada e recomendou a paralisação de toda a linha, por segurança, o que aconteceu no sábado (29). Todos os veículos devem passar por uma inspeção de técnicos vindos do Canadá.
"É um problema muito grave porque um pneu que estoura pode inclusive não só causar problemas para os usuários que estão no trem, como para quem está fora, pois a Linha-15 não tem proteção nenhuma embaixo. Se acontecer alguma coisa em cima vai cair na cabeça ou em um veículo lá embaixo", disse Wagner Fasado, coordenador do sindicato dos Metroviários.
Em nota, o Metrô disse que está acompanhando os trabalhos dos fabricantes e cobrando urgência na solução. A companhia informou que vai reforçar a operação Paese de 50 para 60 ônibus a partir de terça-feira (3).
A canadense Bombardier disse que trabalha 24 horas por dia para resolver o problema e pediu desculpas pelo inconveniente.
No entanto, a Bombardier e o consórcio CMEL ainda não identificaram o problema que fez o pneu se romper.
O Metrô informou, em nota, que a peça que provocou problema é parte do run flat do pneu que rompeu. Parte do pneu caiu dos trilhos na Avenida Professor Luiz Inácio de Anhaia Mello. “Apesar de o sistema Monotrilho ter sido projetado e concebido com uma tela que recobre toda via, para evitar ocorrências deste tipo, houve este caso pontual. Estamos cobrando que a Bombardier, que faz parte do Consórcio CMEL - responsável pela da Linha 15, identifique os problemas que são de sua responsabilidade”, disse.

O Metrô diz que acionou o seu departamento jurídico para estudar como os responsáveis pelo consórcio que construiu a Linha 15-Prata podem ser penalizados pela paralisação da Linha. “Os prejuízos decorrentes dessa paralisação também serão cobrados, tão logo seja identificada a natureza do problema”, argumentou.

Falhas Recorrentes

A Linha 15-Prata existe há seis anos e é uma das mais novas do Metrô. Ela possui uma tecnologia que foi anunciada pelo Governo do Estado como a mais rápida e barata do que um trem tradicional. Acabou não sendo nem uma coisa, nem outra, e tem apresentado mais problemas.
Em janeiro deste ano, a Linha-15 Prata foi recordista de falhas no sistema de trilhos da cidade. Levantamento feito pela TV Globo com base nas informações do Metrô apontou que a linha teve operação normal em 76,4% do tempo, ou seja, a cada quatro horas de funcionamento, uma foi atípica.
Logo no início do ano, a Linha 15-Prata enfrentou falhas que duraram mais de quatro dias. Por conta de problema na altura da estação São Lucas, na Zona Leste, os trens circulavam com lentidão e maior tempo de parada. O sindicato denunciou que o problema estava em peças de aço, que unem as vigas por onde passam as composições. Parafusos gigantes estavam se soltando e caindo.

No fim do mesmo mês, no dia 29 de janeiro, os trens voltaram a desacelerar porque uma peça que alimenta as composições caiu na Avenida Anhaia Mello.
Em 2019, foram 27 dias com funcionamento em operação parcial. O caso mais grave foi de uma colisão entre dois trens em uma área de manobra. O acidente ocorreu nos trilhos que passam sobre a Avenida Sapopemba. Não houve feridos.
Um levantamento do SP2 mostra que de janeiro de 2019 até esta segunda-feira, a Linha 15-Prata passou 42 dias em funcionamento parcial.
Além disso, quando funciona, a Linha 15-Prata é a campeã de espera do Metrô. O intervalo mínimo entre os trens em janeiro foi de quase quatro minutos.




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