sábado, 21 de março de 2020

Em caráter emergencial, transporte coletivo ainda circula na cidade



Ônibus foram mantidos para atender profissionais da saúde e, hoje, esquema especial será montado



Na Avenida Afonso Pena, ônibus que circulavam em caráter emergencial



Campo Grande, 7h. Em um horário que a cidade deveria estar acordando, mesmo para um sábado, a movimentação tem cara de feriado. Na região central, poucas pessoas na rua, a maioria, funcionários de farmácias e mercados, a caminho do trabalho. Ônibus do transporte coletivo circulavam pela cidade, em esquema emergencial que deve ser mantido apenas para profissionais da saúde.

A suspensão do transporte coletivo foi determinada ontem, conforme anúncio do prefeito Marquinhos Trad. Inicialmente, seria geral, mantendo-se efetivo de plantão na garagem, saindo apenas para atender doentes.  A medida radical é para evitar a circulação de pessoas, que não tenham necessidade de sair, contendo a proliferaçao do novo coronavírus (Covid-19).


O presidente do Consórcio Guaicurus, João Rezende, disse que reunião no fim da tarde de ontem, entre consórcio e Agetran (Agência Municipal de Trânsito), definiu a manutenção de ônibus em horário especial, com efetivo abaixo da escala de domingo. "Hoje, emergencialmente, colocamos ônibus na rua para atender pessoas que trabalham em clínica e hospitais". 


Ainda neste sábado haverá nova reunião para definir rotas específicas, provavelmente, saindo do terminal direto para hospitais e clínicas que estarão em funcionamento.
Pelo decreto empresas e entidades que prestam serviços essenciais, como farmácias, conveniências e restaurantes deveriam providenciar o transporte dos funcionários. O translado pelas concessionárias deverá obedecer quantitativo mínimo, para situações emergenciais.  Nas garagens das empresas do transporte coletivo, os pátios estavam lotados.

Cenário - “Parece até filme de apocalipse”, comparou a doméstica Alzilei Mendes, 52 anos. Ela mora no Marcos Roberto e conseguiu usar o transporte coletivo para chegar na casa onde trabalha, mas foi dispensada até dia 6 de abril. 
Aproveitou que estava na rua, foi ao mercado. Antes das 7h,  sentou-se em um banco, aguardando a abertura de farmácia, no cruzamento da Avenida Afonso Pena com Rua 14 de Julho, para tentar comprar máscara e álcool em gel, itens que desapareceram das prateleiras nas últimas semanas. “Deus ajude que melhore, não sei o que vai ser de nós”.

A estagiária de técnica de enfermagem, Beatriz Silva, tinha acabado de descer do ônibus e estava a caminho do trabalho, uma clínica particular de exames. Ela contou que logo que entrou no coletivo, o motorista avisou que era preferencialmente para trabalhadores da área da saúde. “Está muito mais vazio que o normal”.
Logo que a pandemia eclodiu, Beatriz disse que ficou com medo, mas por conta da possível paralisação dos serviços e como isso atingiria o sistema de saúde. “As pessoas precisam da gente”. O temor também é por conta da avó de 63 anos e da filha, de 2 anos e 4 meses. Hoje é último dia de trabalho, já que a clínica em que trabalha entrará em quarentena.


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