terça-feira, 30 de julho de 2019

Após suspensão, prefeitura evita dar prazo para contratar nova empresa de transporte em Limeira




Antes, tempo para substituir Viação Limeirense era de até 100 dias, mas Tribunal de Contas suspendeu contratação emergencial. Sindicato diz que situação gera incerteza.





                Edifício Prada, sede da Prefeitura de Limeira — Foto: Wagner Morente/Prefeitura de Limeira



Com a suspensão do edital, a Prefeitura de Limeira (SP) informou que não consegue trabalhar com um novo prazo para fazer a contratação emergencial de uma nova empresa para operar o transporte público. O tempo original para concluir o processo, informado em 26 de junho, era de substituir a Viação Limeirense em até 100 dias.


Administração informou que "oficialmente", não tem como estipular essa previsão porque precisa "aguardar a tramitação do processo no Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP)".
O Executivo afirma que prestou todas as informações cobradas pelo TCE-SP e apresentou documentos. "Serão analisadas, aprovadas ou determinadas alterações para se proceder a contratação emergencial".
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Limeira (SP) Alex Antônio Aparecido de Oliveira afirmou que a categoria sente incerteza com a situação e aguarda a definição. "Está [a categoria] meio apreensiva porque a gente não sabe como vai terminar isso".
Segundo Oliveira, a Viação Limeirense tem 453 trabalhadores na ativa e cerca de 80 afastados. O sindicalista afirma que os funcionários do dia a dia devem ser contratados pela nova empresa, mas não há garantia quanto aos afastados.
Já a prefeitura trata o tema com cautela. "A empresa que for contratada não será obrigada a contratar, mas será feita a intercessão pelo Município neste sentido, não só pela situação social das famílias, mas também pela situação operacional, já que os funcionários conhecem o itinerário e procedimentos, o que em muito facilitaria a assimilação dos serviços pela nova empresa".

O presidente do sindicato diz que, apesar da situação de apreensão, os salários e recolhimento de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) estão em dia.

Risco de 'colapso' no transporte

Quando anunciou a contratação emergencial, o prefeito de Limeira, Mario Botion (PSD), afirmou que ela era necessária porque há o risco do sistema colapsar se continuar com a Viação Limeirense, que está sob intervenção municipal há dois anos.
A empresa vive uma crise econômica e tem processos de execução de dívida que ameaçam tirar das ruas parte da frota de ônibus.
A suspensão do edital para contratar uma nova empresa foi definida pelo TCE um dia antes da apresentação de propostas por parte de empresas interessadas. O conselheiro Sidney Estanislau Beraldo acatou o pedido de quatro representações assinadas por advogados.

Principais itens questionados pelo TCE

  • Requisição de documentos das empresas em recuperação judicial que violam a Súmula nº 50 do TCE
  • Exigência velada de prévia de garagem, veículos, recursos humanos e tecnologia, em potencial favorecimento à determinada empresa.
  • Determinações que superariam o tempo de vigência contratual, a exemplo do cadastro de reconhecimento biométrico facial
  • Inadequada fixação de idade média da frota e de fabricação máxima dos veículos
  • Prazo de validade das propostas (90 dias)- divergente do determinado no artigo 64 da Lei Federal 8.666/93 (60 dias).
  • Ausência de informações completas das propostas para gratuidade, reajuste de tarifa e prazo para implantação dos serviços incompatível com a contratação emergencial


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