quinta-feira, 2 de abril de 2020

Infraero vai aproveitar momento com poucos voos para reformar aeroportos


Agora haverá obras na pista de Congonhas, disse secretário, que destacou crescimento do transporte de cargas e medidas de apoio ao setor aéreo


   Aeroporto de Congonhas terá obras na pista — Foto:        Divulgação/Aeroporto de Congonhas


A Infraero e alguns operadores de aeroportos regionais vão aproveitar o momento atual de paralisação da maioria dos voos no país em razão da epidemia de coronavírus para realizar reformas estruturais nos terminais. O objetivo é deixar os aeroportos preparados para o momento de retomada das operações. A informação foi dada pelo secretário Nacional de Aviação Civil do Ministério da Infraestrutura, Ronei Glanzmann, e pelo presidente da Infraero, Hélio Paes de Barros Júnior, durante um evento online promovido pelo BTG Pactual.


“Em conversas com o Ministério da Infraestrutura, temos como diretriz antecipar a realização de obras nos aeroportos, aproveitando o período em que eles estão esvaziados”, disse Barros.
“Agora serão feitas obras na pista do aeroporto de Congonhas, assim como foi feito no ano passado na pista do aeroporto Santos Dumont, no Rio, e que durou 28 dias. Vamos tentar antecipar as obras, aproveitando essa janela maior de aeroportos vazios”, afirmou Glanzmann.

O secretário acrescentou que também estão previstas obras nos aeroportos de Manaus, Porto Velho, Ipatinga (MG) e em alguns aeroportos regionais.

Demanda maior em cargas

Enquanto as empresas aéreas reduziram em 91% a oferta de voos comerciais para passageiros, por causa da baixa demanda provocada pela pandemia de covid-19, o segmento de transporte aéreo de cargas apresenta forte crescimento.
“O transporte aéreo de cargas está crescendo brutalmente. Houve um aumento muito forte das vendas pelo comércio eletrônico. E, além disso, existem as cargas em grande volume que o Ministério da Saúde encomendou e que estão chegado da China nos próximos dias, de materiais de proteção individual. Esses materiais terão que ser redistribuídos na malha essencial por todo o país”, afirmou Glanzmann.
De acordo com o secretário, a maior parte do transporte de cargas passa pelo aeroporto de Guarulhos (SP).

Glanzmann disse que, nesta semana, os voos comerciais ainda partem com taxas de ocupação altas, com 80% a 90% dos assentos ocupados, porque houve uma grande reacomodação da malha aérea. “A partir da semana que vem, a ocupação de pessoas cai. Aí o transporte de cargas vai ficar ainda mais importante”, afirmou.
Na avaliação de Glanzmann, o setor aéreo ainda vai levar meses para se normalizar. E, diante desse cenário, qualquer geração de caixa para as empresas aéreas é bem vinda.
“As companhias aéreas vão precisar de crédito em conta nesse momento. Estamos conversando com BNDES, Banco do Brasil e Caixa para que haja disponibilidade de crédito para as empresas aéreas”, afirmou Glanzmann.
O secretário lembrou que o governo anunciou em março algumas medidas para ajudar o setor aéreo a reduzir a queima de caixa, como o diferimento para pagamento de tributos e o aumento no prazo de reembolso de passagens aéreas para passageiros para 12 meses.
“O Ministério da Infraestrutura e o Ministério da Economia conversaram e alinharam medidas tributárias e fiscais. Por enquanto, o governo não está tomando medidas setoriais. Por enquanto, as medidas são horizontais, abrangendo toda a sociedade. mas estamos em tratativas com o Ministério da Economia para a aprovação de medidas de apoio ao setor aéreo”, afirmou Glanzmann.

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