A Emdec aposta que a entrada em operação do BRT o número de passageiros em Campinas vai aumentar em ao menos 5%
A Emdec — empresa que disciplina o sistema de trânsito em Campinas — aposta que a entrada em operação do BRT — o sistema de corredores exclusivos para ônibus rápidos — o número de passageiros em Campinas vai aumentar em ao menos 5% e, assim, reverter uma tendência de queda que vem se desenhando no sistema desde 2015. A previsão foi feita pelo diretor de planejamento e projetos da Emdec, João Gáido, em audiência pública realizada na Câmara por uma comissão especial formada por vereadores para avaliar a licitação do sistema, que está temporariamente suspensa por decisão judicial. Para Gáido, a melhoria dos serviços e maior conforto dos veículos vão acabar atraindo os passageiros de volta. “E esta é uma previsão modesta, conservadora”, disse ele. As obras do BRT deverão estar concluídas no ano que vem.
Hoje, o Sistema Intercamp — que inclui o sistema convencional e o alternativo — amarga o menor volume de usuários dos últimos cinco anos. Chegou em outubro deste ano com média 7,8 milhões por mês, numa tendência de queda que vem se consolidando ano a ano. Em 2015, por exemplo, o número de passageiros chegou a 9,7 milhões por mês nos dois sistemas. Caiu para 9,3 milhões em 2016 e reduziu para 8,5 milhões no ano seguinte. No ano passado baixou a 8,3 milhões. Os números foram fornecidos pela Transurc — a empresa que representa os concessionários.
A licitação, que foi suspensa pela justiça, entre outros motivos, por ter sido pouco discutida com entidades civis e representantes de usuários, prevê ônibus elétricos, wi-fi, ar-condicionado, sistemas de câmeras de monitoramento e que vão trafegar por corredores exclusivos, fator que deverá proporcionar uma redução considerável no tempo das viagens.
Chefe de gabinete da Emdec, Paulo Giglio disse na audiência que o sistema de transporte ainda deverá passar por outras duas licitações, além da que já foi lançada. Uma delas para tratar da contratação de uma nova empresa que ficará responsável pela bilhetagem. Hoje, esse serviço é feito pela Transurc. Uma segunda licitação vai tratar do Sistema Alternativo. Ambas, no entanto, só deverão ocorrer depois de encerrada a do transporte.
O chefe de gabinete confirmou que a atual licitação vai promover a concessão dos terminais e as estações de transferência e garantiu que a elaboração do edital obedeceu a legislação. Diz que foi realizada uma audiência pública em março de 2018. Afirma ainda que em junho deste ano, aconteceu uma reunião com o Conselho Municipal de Trânsito para tratar do edital.
Os técnicos da Emdec admitiram que o sistema não vai cobrir 100% da cidade. Disse que a cobertura será de 89%, já que a cidade conta com vários vazios urbanos, além de condomínios. “Em muitos desses vazios não há sequer ruas. Já nos condomínios sequer podemos entrar. Mas deixamos o usuário na porta”, garante Gáido.
Obscuros
Presidente da Comissão Especial da Câmara que avalia a licitação, o vereador Nelson Hossri (Podemos) identificou problemas na audiência. “Alguns pontos não ficaram totalmente esclarecidos, como a possibilidade de redução nas tarifas, consultas populares, isenção para idosos a partir dos 60 anos”, disse ele. O vereador disse ainda que não ficou esclarecido sobre o sistema alternativo e as linhas noturnas.
SAIBA MAIS
A nova concessão prevê seis áreas operacionais: Vermelho (região Norte), Azul Escuro (Noroeste), Azul Claro (Oeste), Verde (Sudoeste), Amarela (Sul), Laranja (Leste) e a chamada Área Branca, onde só poderão circular veículos não poluentes e que fará parte de uma das outras divisões. Essa área terá a delimitação de aproximadamente 3km² e perímetro de 7km, na região central e no entorno. A expectativa é que circulem pela área 207 desses veículos de energia limpa.
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