quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Manifestantes fazem segundo ato contra o aumento da tarifa do transporte público em SP



Grupo fez concentração na Praça da Sé, no Centro de São Paulo. Mesmo sob chuva, eles começaram a caminhar pelas ruas da região. Primeiro ato terminou em confronto no Metrô.






                           Manifestantes fazem segundo ato contra o aumento da tarifa do transporte público em SP




Manifestantes fazem segundo ato contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo, na tarde desta quinta-feira (9). Eles se concentraram na Praça da Sé, no Centro de São Paulo e seguem em caminhada sob chuva pela região.
Os manifestantes são ligados ao Movimento Passe Livre (MPL). Segundo a organização do protesto, o grupo tem o seguinte itinerário: Praça João Menes, Rua Anita Garibaldi, Rua Boa Vista, Rua Líbero Badaró, Viaduto do Chá, Avenida São João, Avenida Ipiranga e Estação República.
No anúncio do protesto na redes sociais, os manifestantes dizem que os governantes anunciaram o aumento de R$ 0,10 como algo menor, mas, para eles, a tarifa deveria ser reduzida. A tarifa subiu de R$ 4,30 para R$ 4,40.
O orçamento previsto para a Secretaria Municipal de Transportes em 2020 será apenas 2% maior que o deste ano


Reajuste

O reajuste é de 2,33%, abaixo da inflação anual prevista pelo boletim Focus, divulgado pelo Banco Central (BC), que é de 3,86%.
As novas tarifas foram encaminhadas no dia 20 de dezembro de 2019 para os presidentes da Câmara Municipal e para a Assembleia Legislativa.
O Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) protocolou uma carta na Prefeitura solicitando que o prefeito não reajuste a tarifa de ônibus.

O Idec argumenta que a Prefeitura pode segurar esse aumento reajustando o valor de subsídio para o sistema e que um aumento no ônibus tem um grande impacto para a cidade. O instituto também argumenta que a Prefeitura não gerencia o sistema de transporte da cidade maneira eficiente.


Primeiro ato

protesto contra o aumento da tarifa do transporte público em São Paulo, que passou para R$ 4,40 no dia 1 de janeiro, terminou em um confronto entre policiais e manifestantes na estação Trianon-Masp do Metrô nesta terça-feira (7). Trinta pessoas foram detidas, segundo a Secretaria da Segurança Pública.
O ato começou em frente à sede da Prefeitura, no Viaduto do Chá, Centro da capital paulista, e seguiu em caminhada até a Avenida Paulista. O grupo empunhou bandeiras e cartazes, e entoou gritos de guerra como: "A cidade vai parar se o povo se unir", "trabalhador, presta a atenção, a nossa luta é contra o aumento do busão", "fecha, fecha, o terminal, pula a catraca", "pisa ligeiro, pisa ligeiro, quem não pode com a formiga não atiça o formigueiro."
Por volta das 20h30, quando a chuva se intensificou na região, os manifestantes começaram a dispersar e tentaram se abrigar, em grande volume, na estação do Metrô. Próximos às catracas, no entanto, estava uma linha de policiais militares, que tentava conter a multidão.

O grupo passou a gritar pelo "fim da Polícia Militar", alguns jogaram tinta vermelha na direção dos policiais e um dos escudos foi atingido. A quantidade de policiais e manifestantes aumentou na catraca da estação Trianon-Masp, e um policial com um megafone solicitou a saída dos manifestantes da estação por questões de segurança.
Questionado, o Metrô informou em nota que nenhuma estação da Linha 2-Verde estava fechada ao público, e que a orientação era "controle de fluxo" para evitar que os manifestantes pulassem a catraca.
Por volta das 21 horas houve um confronto entre policiais e manifestantes, que ficaram encurralados após subirem as escadas, pois a estação foi fechada. Bombas de gás lacrimogênio foram lançadas e os policiais também utilizaram spray de pimenta. Manifestantes, em contrapartida, quebraram vidros da estação.

Os manifestantes detidos e levados ao 78º Distrito Policial dos Jardins. Os policiais disseram à imprensa que os jornalistas estavam autorizados a acompanhar a condução do grupo.

Em nota, a Prefeitura de São Paulo disse que as manifestações são um direito assegurado pela democracia. E que o novo valor da tarifa está abaixo da inflação oficial para o ano.
A SPTtrans informou que há registros de atrasos de algumas linhas de ônibus por conta da manifestação, pelo menos doze linhas tiveram que ser desviadas no Centro da cidade.

Menos verba

O orçamento previsto para a Secretaria Municipal de Transportes em 2020 será apenas 2% maior que o deste ano, também abaixo da inflação. O repasse da prefeitura às empresas de transporte também será menor. Além disso, o valor da compensação tarifária, subsídio que a prefeitura dá ao sistema, vai cair de R$ 2,9 milhões atuais para R$ 2,5 milhões em 2020, uma redução de mais de R$ 600 milhões.
Para o secretário de Mobilidade e Transportes da cidade de São Paulo, Edson Caram,, apesar das diversas reduções, o aumento de R$ 0,10 será suficiente por conta de readequações no sistema.
"Em função da mexida que nós vamos fazer, dentro do novo contrato, com o novo sistema e com as novas linhas e com as adaptações que serão feitas, R$ 0,10 na nossa conta é o suficiente pra não onerar demais a população", afirma o secretário Edson Caram.
Para Rafael Calabria, integrante do Conselho Municipal de Transporte e Trânsito (CMTT), é um erro da prefeitura reduzir o subsídio e aumentar as passagens.
"Esse aumento é ruim e a Prefeitura de São Paulo tem total condição de segurar com um impacto menor no subsídio, uma economia de R$ 100 milhões no subsídio", afirma o coordenador de mobilidade do Idec e membro do conselho.


"A Prefeitura está colocando R$ 800 milhões em asfaltamento, então ela pode remanejar um pouquinho pro transporte porque o custo do transporte impacta muito a vida, a economia da cidade. É essencial que a prefeitura reorganize o orçamento pra garantia da estabilidade da tarifa sem aumento nesse período", acredita Calabria.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

80 toneladas e 50 funcionários: entenda o transporte do 1º trem da Linha 17 do Metrô

  Primeira composição do trecho chegará da China a São Paulo com operação especial; veja as etapas Uma operação de grandes proporções foi mo...